Categoria: Politica

06/06/2023 0

Toffoli mantém no STF investigação com acusações de delator contra Moro

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), confirmou a competência da corte para investigar as denúncias do empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia envolvendo o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e procuradores da República no Paraná.

Com isso, Toffoli também determinou a suspensão de todos os processos nos quais o empresário figure como parte na Justiça Federal do Paraná e no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

A decisão foi assinada nesta segunda-feira (5). Além de determinar a suspensão dos processos, o ministro também pede uma cópia integral “de todos os feitos em que ele figure como parte, testemunha ou investigado ao Supremo Tribunal Federal, não se podendo proferir nenhuma decisão nos referidos autos, nem mesmo as de caráter urgente”.

Na semana passada, Garcia disse que foi obrigado a gravar pessoas de forma ilegal a pedido de procuradores da República e do ex-juiz federal Sergio Moro após firmar acordo de colaboração premiada em 2004, na esteira do caso do Consórcio Nacional Garibaldi, no qual ele foi acusado de gestão fraudulenta.

“Eu fui um agente infiltrado deles”, disse Garcia, em entrevista à Folha de S.Paulo, na sexta-feira (2). Moro afirma que o empresário faz um “relato mentiroso e dissociado de qualquer amparo na realidade ou em qualquer prova”.

As supostas ilegalidades teriam ocorrido especialmente entre os anos de 2005 e 2006 e, segundo Garcia, foram informadas à juíza federal Gabriela Hardt, da 13ª Vara de Curitiba, em audiência realizada em 2021, quando o empresário tentava convencê-la de que a rescisão do seu acordo de delação era injusta. O acordo foi rescindido pela magistrada no final de 2022 atendendo a um pedido do MPF (Ministério Público Federal).

Mas, segundo Garcia, a juíza Hardt não teria tomado providências sobre o conteúdo das denúncias. Em abril deste ano, o juiz Eduardo Appio, então responsável pela 13ª Vara de Curitiba, pegou os relatos e encaminhou ao STF.
Appio está afastado das funções desde o mês passado, sob suspeita de infração disciplinar em um episódio envolvendo um juiz federal cujo filho é sócio de Moro.

Já a juíza Hardt não quis comentar sobre sua atuação no caso, mas, nesta segunda, informou ter entrado com uma representação criminal no MPF contra Garcia por crime contra a honra. Em seguida, ela se declarou suspeita para continuar julgando os casos dele.

Sem o acordo de delação, os processos contra Garcia tinham voltado a tramitar e o empresário também ficava obrigado a transferir à União um imóvel que havia sido dado como garantia. Agora, por determinação do ministro Toffoli, todos os processos ficam suspensos.

06/06/2023 0

Toffoli concede habeas corpus para Tacla Duran participar de audiência da Câmara

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O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus preventivo ao advogado Tacla Duran para ele participar de audiência pública da Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara sobre denúncias de extorsão na Operação Lava Jato. A audiência foi marcada para o dia 19 de junho, às 14h30.

Tacla Duran vive na Espanha. Acusado de lavagem de dinheiro em 2016 enquanto advogado da Odebrecht, ele alega ter sido alvo de extorsão pelo ex-juiz Sergio Moro e pelo ex-procurador Deltan Dallagnol.

O objetivo do habeas corpus é garantir que Tacla Duran não seja preso enquanto estiver no Brasil.

“Assim, diante das tratativas mantidas pela Câmara dos Deputados com o depoente para que lhe seja assegurada “imunidade”, a fim de que possa esclarecer as denúncias em apreço ao Parlamento, penso que não há outra alternativa senão a concessão de salvo-conduto para esta finalidade”, afirmou Toffoli na decisão.

06/06/2023 0

Appio entrega ao CNJ laudo que nega ser sua a voz que ‘ameaçou’ desembargador do TRF-4

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A defesa do juiz Eduardo Appio, afastado desde 22 de abril da 13ª Vara federal de Curitiba, voltou a pedir que o Conselho Nacional de Justiça reintegre o magistrado, agora questionando o laudo da Polícia Federal que o colocou sob suspeita de ‘ameaça’ ao desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

O advogado Pedro Serrano nega que Appio seja o autor de ligação telefônica que está no centro das apurações: uma chamada feita no dia 13 de abril ao advogado João Malucelli, sócio e genro do senador Sérgio Moro e filho do desembargador. Na chamada, a voz que a PF suspeita ser de Appio diz: “O senhor tem certeza que não tem aprontado nada”.

A defesa juntou aos autos do processo um outro laudo que contesta o documento da PF. Segundo a perícia da PF, em uma escala de ‘-4’ a ‘+4’, a comparação entre a voz que ‘ameaçou’ Malucelli e a voz de Appio corresponderia ao nível +3 (‘o resultado corrobora fortemente a hipótese’).

Já o laudo da defesa, assinado pelo professor-adjunto do Laboratório de Fonética do Departamento de Letras da Universidade Federal de São Carlos, Pablo Arantes, aponta que o nível a ser considerado deveria ser o zero, o equivalente a uma espécie de resultado inconclusivo.

“Considerando todo o exposto anteriormente, avalio que o teor do que é apresentado no Laudo não justifica a atribuição do nível +3. Levando em conta todos os argumentos trazidos ao longo do presente parecer, meu melhor juízo é que os resultados relatados no Laudo são mais compatíveis com a atribuição do nível zero na escala adotada, que equivale à descrição verbal “o resultado nem corrobora nem contradiz a hipótese”. A razão para essa conclusão são a inespecificidade e baixo poder discriminatório das características linguísticas identificadas e analisadas no Laudo”, anotou.

A defesa de Appio ainda questiona o fato de que os celulares nos quais o diálogo foi travado não terem sido apreendidos ou periciados. Além disso, os advogados sustentam que a suposta violação de cadeia de custódia ‘assume proporções particularmente graves’ em razão de suposta ‘atuação’ de Moro no caso.

“Appio, com veemência, consigna que não realizou o diálogo telefônico que lhe é imputado através da realização de uma apressada perícia que desrespeitou a cadeia de custódia (conjunto de procedimentos pelos quais uma prova precisa passar para ser considerada válida)”, frisa a petição assinada nesta segunda-feira, 5.

O imbróglio envolvendo a base da Operação Lava Jato, tanto segunda como primeira instância, ganhou novos contornos com o afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba. No CNJ, o magistrado tenta não só reverter o alijament, mas tirar das mãos do TRF-4 a apuração que motivou a medida cautelar.

Considerando o número de representações contra os magistrados envolvidos no caso, o corregedor nacional de Justiça Luís Felipe Salomão determinou uma correição extraordinária na Lava Jato, tanto no gabinete dos magistrados que integram a 8ª Turma do TRF-4 como da 13ª Vara Federal de Curitiba.

06/06/2023 0

Câmara confirma decisão do TSE e declara perda de mandato de Deltan

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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) na tarde desta terça-feira (6), após uma reunião realizada na residência oficial da Câmara.

À Mesa cabe apenas fazer a declaração oficial da perda de mandato, atendendo a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No último dia 16, a corte eleitoral cassou, por unanimidade, o registro da candidatura e, consequentemente, o mandato de deputado.

No encontro, o corregedor da Casa, deputado Domingos Neto (PSD-CE), apresentou seu parecer sobre a cassação do ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.

Agora, segundo regimento interno da Câmara, a Mesa Diretora terá até 48 horas para convocar o suplente de Deltan. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná decidiu que a vaga deve ser ocupada por Itamar Paim (PL), um pastor de Paranaguá, que teve 47 mil votos, conforme informou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

O próximo passo será o parlamentar entregar suas credenciais, assim como esvaziar o seu gabinete.

No último dia 30, Deltan apresentou a sua defesa à Corregedoria da Câmara dos Deputados para tentar reverter a cassação do seu mandato.

Um dos principais argumentos encampados pelo parlamentar é o de que 12 dos 15 procedimentos em tramitação contra ele no CNMP na época de sua exoneração eram baseados em “provas ilícitas”.

O corregedor tinha até 15 dias úteis (com possibilidade de prorrogar por igual período) para apresentar seu parecer. Ele apresentou, no entanto, cinco dias úteis após a apresentação da defesa de Deltan.

A ação de cassação decorre de representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do PMN, que alegaram que Deltan não poderia ter deixado a carreira de procurador da República para entrar na política porque respondia a reclamações disciplinares, sindicância e pedido de providencias junto ao CNMP –que fiscaliza os deveres funcionais dos integrantes do Ministério Público.

Os adversários do ex-procurador afirmaram que o caso se encaixa em uma das previsões de inelegibilidade definidas com a edição da Lei da Ficha Limpa, de 2010.

06/06/2023 0

CPMI do Golpe quer ouvir Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres

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Além de apresentar o plano de trabalho sobre as investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe nesta terça-feira (6), a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), anexou ao documento 62 requerimentos, dentre eles pedidos para ouvir testemunhas e solicitação de informações a órgãos públicos responsáveis pela segurança ou pela investigação sobre os atos de 8 de janeiro.  

Todos os requerimentos precisam ser aprovados pela maioria da CPMI. A votação dos requerimentos foi marcada para a próxima terça-feira, dia 13 de junho.  

Entre os pedidos, está a solicitação para ouvir, como testemunha, o ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro, general do Exército Walter Braga Netto. Segundo o requerimento, “Walter Braga Netto poderá trazer informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos”.  

A relatora quer ouvir também Anderson Torres. Ele foi ministro da Justiça de Bolsonaro e, no dia da invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília, era o titular da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

Outra testemunha listada é o então ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. “Suas manifestações em diálogos já divulgados sugerem eventual envolvimento em escala até maior do que a inicialmente apontada”, indica o pedido da relatora.

Outros requerimentos pedem a inquirição como testemunhas do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro, general Augusto Heleno; e do então chefe do GSI durante no dia 8 de janeiro, Marco Edson Gonçalves Dias, já nomeado pelo atual governo.  

Outros nomes apontados como fundamentais pela relatora são o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o interventor na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli.  

A relatora Eliziane Gama solicita, ao todo, a oitiva de 32 pessoas. Entre elas, há empresários investigados por financiar os atos golpistas, agentes públicos da Polícia Militar e da Polícia Civil do Distrito Federal, do Comando Militar do Planalto, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal, além dos presos acusados pela tentativa de colocar uma bomba próxima ao Aeroporto de Brasília.  

Fora os requerimentos apresentados pela relatora, outros 230 pedidos de oitivas e informações estavam na pauta da CPMI apresentados pelos integrantes da comissão. Todos eles devem ser analisados na próxima semana.  

Entre os requerimentos apresentados pela relatora está o pedido para que os relatórios de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sejam reclassificados de sigilosos para públicos.  

É pedida a reclassificação de todos os relatórios “desde dezembro de 2022, que contenham os alertas e as análises dos riscos relacionados às invasões e às depredações de prédios públicos”. Segundo a senadora, “após a imprensa noticiar que há suspeitas de adulterações e de omissão de informações relevantes nos relatórios (…) encaminhados ao Congresso Nacional pelo ex-ministro chefe do SGI, Gonçalves Dias, torna-se ainda mais patente a necessidade de serem tornados públicos os documentos”.  

Eliziane Gama pede ainda informações sobre os atos golpistas a diferentes instâncias, entre elas, a CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que tem investigado os atos golpistas e a Polícia Militar do DF, incluindo os inquéritos da PMDF para apurar a conduta e omissões dos comandantes e demais agentes no dia da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes e os dados sobre o total de tropas mobilizadas na Esplanada naquele dia. 

06/06/2023 0

CPMI do Golpe deve abrir trabalhos com ação da PRF no segundo turno

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A senadora Eliziane Gama (PSB-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, apresentou, nesta terça-feira (6), o plano de trabalho que será seguido pelo colegiado. O documento precisa ser aprovado pela maioria da comissão.  

De acordo com o documento, a chamada CPMI do Golpe deve iniciar a investigação pela atuação do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, em sua relação com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022 e diante das “manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado do pleito”. Segundo o texto, isso não impedirá que novos fatos conexos possam vir a ser incluídos. Torres é acusado de usar operações da PRF para dificultar a locomoção de eleitores no Nordeste nos dias de votação.  

Pelo plano de trabalho, em seguida, a investigação se concentrará na atuação de Anderson Torres como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF); nos acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro; no acampamento na região do Quartel-General do Exército, em Brasília; no planejamento e atuação dos órgãos de segurança pública da União e do DF no dia 8 de janeiro. Também serão apurados “o apagão na execução das medidas de contenção”; as manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições; a relação do então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, com pessoas envolvidas com os atos golpistas, e a atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos de manifestantes montados na capital federal. 

Ao justificar o plano, Eliziane Gama argumentou que é preciso conhecer as ações que antecederam o dia 8 de janeiro e deram ensejo à invasão da praça dos Três Poderes. “O dia das depredações não começou à meia-noite de 8 de janeiro de 2023, mas muito antes, em uma sucessão de eventos de, para dizer o mínimo, exaltação de ânimos”, afirmou a senadora maranhense.  

O relatório apresentado dá destaque à investigação dos atos dos dias 12 e 24 de dezembro em Brasília. No dia 12, data da diplomação do presidente Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), manifestantes puseram fogo em veículos e invadiram a sede da Polícia Federal e, no dia 24, foi encontradto um artefato explosivo em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília.

“Dois acontecimentos gravíssimos ocorridos nos dias 12 e 24 ficaram eclipsados pelo impacto do 8 de janeiro”, disse a senadora. Sobre o dia 24, Elisiane afirmou que não foi uma ação de amadores ou “uma trapalhada qualquer, foi uma tentativa de ato terrorista”. Ela se disse convencida de que, se a CPMI conseguir apurar quem foram os autores intelectuais e financiadores dos atos do dia 24, será “um grande passo” no contexto das investigações. 

Os opositores apontaram problemas no plano de trabalho apresentado. O deputado federal Felipe Barros (PL-PR) concorda com a investigação em ordem cronológica, mas disse que a atuação da PRF no segundo turno está fora do escopo da CPMI.  “O objetivo não é analisar as operações da PRF no dia do segundo turno, quando ainda sequer existiam pessoas nas ruas se manifestando. Se formos alongar para outros fatos, sugiro que investiguemos também atuação exagerada, para não usar outro termo, do TSE”, afirmou o parlamentar paranaense.  

O deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, também questionou o relatório de Elisiane. Para ele, não há como conectar a ação da PRF no segundo turno das eleições com o objeto da comissão. Segundo Ramagem, “As CPIs tratam de fato determinado e têm como base o fato determinado exatamente o requerimento de abertura da CPI ou CMPI.” 

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) elogiou o plano de trabalho e afirmou que os atos golpistas só ocorreram porque existia o questionamento do resultado das eleições e da posse do presidente Lula. “Isso tudo foi um processo coordenado desde o processo eleitoral”, destacou Jandira, que considerou correto o roteiro de Elisiane. “O 8 de janeiro não é só o 8 de janeiro, é um processo”, afirmou a parlamentar.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) foi no mesmo sentido e apontou uma tentativa de “tirar o foco de quatro anos de construção e de estímulo contra a democracia, contra as instituições democráticas no Brasil”. Para ele, os atos ocorridos no dia 8 foram “só a catarse de um povo desesperado que achava que teria um golpe no Brasil”. O senador acrescentou que foi trabalhada a ideia de um golpe, que urnas questionadas e que o presidente eleito não tomaria posse.  

06/06/2023 0

STF volta a julgar caso de Arthur Lira réu por corrupção

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SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma das principais pendências judiciais do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), completou mais de dois anos e meio de tramitação paralisada e pode voltar a ser julgada nesta terça-feira (6) no STF (Supremo Tribunal Federal) após pedido de vista (mais tempo para analise) do ministro Dias Toffoli.

O seguimento de denúncia na qual Lira é acusado de corrupção, após um ex-assessor ter sido flagrado transportando R$ 106,4 mil em dinheiro vivo, recebeu aval do Supremo em 2019, mas o processo pouco andou desde então.

Dias Toffoli pediu mais tempo para analisar os autos em novembro de 2020 e só mais recentemente os devolveu para a retomada do trâmite. No período, o primeiro relator do caso, o ministro Marco Aurélio Mello se aposentou, vaga que foi ocupada na corte por André Mendonça.

Na denúncia, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu a condenação de Lira por corrupção passiva, delito com pena prevista de até 12 anos de prisão. A peça também incluía o crime de lavagem de dinheiro, mas os ministros já rejeitaram esse enquadramento.

Em abril passado, porém, a PGR (Procuradoria-Geral da República) voltou atrás e pediu ao STF a rejeição da denúncia que ela mesma havia apresentado contra o presidente da Câmara.

O presidente da Câmara sempre negou as acusações e tem dito que não há provas que o liguem ao dinheiro vivo.

Qual a origem do caso?

A apreensão do dinheiro com o então assessor parlamentar Jaymerson Gomes de Amorim ocorreu em fevereiro de 2012, quando ele tentou embarcar em um voo no Aeroporto de Congonhas transportando a quantia nas roupas e junto ao corpo.

A passagem aérea tinha sido comprada com o cartão de crédito de Lira e, de acordo com a investigação, os dois trocaram mensagens e telefonemas no dia do episódio.

A Procuradoria-Geral concluiu que o dinheiro transportado pelo assessor consistia em um pagamento feito a Lira por Francisco Colombo, então presidente da estatal CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), para se manter no cargo.

À época, a companhia integrava a hierarquia do Ministério das Cidades, comandado pelo PP no governo Dilma Rousseff (PT).

O que diz a denúncia

O Ministério Público usa na acusação, entre outros indícios, depoimentos de delação do doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato, para estabelecer o elo do dirigente da CBTU com Lira. Francisco Colombo morreu em 2014.

Um dos elementos da acusação são registros de dezenas de visitas do então presidente da estatal ao escritório de Youssef em São Paulo. Lira também frequentava a sede das empresas do doleiro.

A denúncia também afirma que há registro de chamadas frequentes entre o deputado e o então dirigente da CBTU na época da apreensão do dinheiro.

O Ministério Público diz ainda que o assessor, ao ser flagrado, “titubeou e não apresentou justa causa para a expressiva quantidade de dinheiro” que levava. Ele retornaria a Brasília em voo menos de duas horas depois da chegada a São Paulo.

De acordo com a denúncia, o então funcionário da Câmara deu explicações contraditórias, primeiro dizendo desconhecer Lira e a compra por meio do cartão de crédito e posteriormente afirmando que adquiriu as passagens sem o conhecimento do deputado.

O que disse esse assessor?

Em depoimento no inquérito, o assessor afirmou que o dinheiro transportado seria usado para comprar uma caminhonete.

E a defesa de Lira

A defesa do deputado Arthur Lira afirma que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral “tem por base apenas a palavra de um delator, que apresenta inconsistências e fragilidades demonstradas ao tribunal”.

“Após o recebimento da denúncia, a lei foi alterada, e o processo não pode mais ser aberto com base apenas na narrativa do delator. Esse é um dos fundamentos do recurso apresentado”, disse o advogado Pierpaolo Bottini, que defende o presidente da Câmara.

A lei citada é o chamado pacote anticrime, sancionado no fim de 2019.

Qual o status da denúncia

A denúncia contra Lira já foi aceita pelos ministros do STF, mas a defesa apresentou um recurso contra a medida chamado de embargos declaratórios. Houve maioria em 2020 para a rejeição desses embargos, mas Toffoli, então, fez o pedido de vistas antes do encerramento formal dessa fase.

Já votaram contra o recurso de Lira os ministros Marco Aurélio Mello (aposentado), Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Faltam votar Toffoli e Luiz Fux. Embora André Mendonça tenha assumido a relatoria com a aposentadoria do ex-integrante da turma, continua valendo o voto de Marco Aurélio.

Qual a justificativa da PGR para o seu novo argumento no caso?

Agora, a vice-procuradora geral da República Lindôra Araújo pediu a retirada da denúncia citando a ausência de justa causa, com ressalva em hipótese de surgimento de novas provas.

Lindôra citou como argumento a nova legislação do pacote anticrime, sancionada em 2019, e o novo entendimento do STF sobre a insuficiência, para sustentar a abertura de ação penal, de depoimentos de delatores os quais não estejam acompanhados de elementos de comprovação.

A manifestação foi em resposta a um pedido feito pela defesa de Lira no processo. O caso está sob relatoria do ministro André Mendonça.

06/06/2023 0

Aliados de Nunes comemoram saída de Salles, e esquerda vê prefeito sob risco

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(FOLHAPRESS) – A desistência do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) de concorrer à Prefeitura de São Paulo foi comemorada por aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB), já que os dois disputavam entre si o eleitorado da direita e o apoio de Jair Bolsonaro (PL).

Na esquerda, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) deve ser candidato com o apoio do PT e é visto como favorito entre os adversários. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) também quer concorrer e busca o apoio do PSDB. Há ainda a possibilidade de que o MBL (Movimento Brasil Livre) lance o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP).

Questionado pela reportagem sobre a saída do oponente, Nunes afirmou apenas que “essa é uma questão dele com o partido dele”. Já os demais postulantes não responderam ou preferiram não comentar.

Entre psolistas, a leitura é a de que uma associação com Bolsonaro pode prejudicar o atual prefeito nas urnas, já que a capital paulista tem um eleitorado de tendência progressista, que deu a vitória na cidade a Lula (PT) e Fernando Haddad (PT) em 2022.

Para aliados de Salles, a saída do deputado da disputa abre caminho para uma vitória de Boulos. Em entrevista à rádio Jovem Pan, Salles afirmou que o líder de movimentos de moradia vai “destruir” Nunes.

Já a avaliação de auxiliares do prefeito é a de que agora o apoio do PL fica mais provável -o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, vem fazendo gestos de aproximação com Nunes, mas também testa outros nomes, como o do senador Marcos Pontes (PL).

Ao tentar forçar uma candidatura própria do PL, Salles buscava contar com o apoio de Bolsonaro, mas o ex-presidente tem feito acenos a Nunes -estiveram juntos em eventos públicos e almoços, com o patrocínio de Valdemar. Para aliados de Salles, Bolsonaro está sendo forçado a seguir a decisão do PL.

A eventual migração do apoio de Bolsonaro, de Salles para Nunes, é algo negativo para o prefeito, na opinião de interlocutores de Boulos ouvidos pela reportagem. A aposta é que, ao assumir o papel de candidato bolsonarista, o prefeito perderá o apoio de eleitores de centro.

Ao mesmo tempo, psolistas admitem que a desistência de Salles leva Nunes para o segundo turno, já que não haverá divisão de votos entre eles.

Na esquerda também há uma tentativa de unificação, por meio da união entre Boulos e Tabata, mas essa possibilidade é considerada remota. Por enquanto, a deputada tenta atrair o apoio dos tucanos, que estão divididos entre ela e Nunes.

O deputado estadual Caio França (PSB) disse nas redes sociais que, com a desistência de Salles, está “ainda mais convicto” de que a colega de legenda “tem grandes chances”, por conseguir buscar votos em outros segmentos além do seu.

“Teremos uma candidatura de centro-esquerda com baixíssima rejeição em todos os outros campos”, disse o líder da bancada do PSB na Assembleia Legislativa, mencionando ainda o fato de Tabata ser a única mulher na disputa.

Como mostrou a Folha, Nunes quer formar uma coligação com MDB, PL, Republicanos, PP, União Brasil e PSDB, mas enfrenta dissidências e dificuldades em parte dessas siglas. Sem Salles, a pista para a aliança com o PL fica livre.

A cúpula do PL na capital paulista já declarou apoio a Nunes -o partido tem cargos na gestão do prefeito. Por isso, ao desistir da candidatura, Salles disparou contra o fisiologismo do PL: “O centrão ganhou e a direita perdeu”, disse à Folha.

O chefe do PL avalia que, para derrotar Boulos, é preciso haver um candidato mais moderado e que Salles representa a extrema direita. A preocupação de partidos de centro e de direita é que haja união em torno de um nome competitivo -caso contrário, a esquerda sairá vitoriosa.

Leia Também: Ciro Nogueira diz que PP apoia reeleição de Nunes em SP e defende Tarcísio no Republicanos

06/06/2023 0

Valdemar Costa Neto diz que Moro e Dallagnol ‘ultrapassaram limites’ e ‘vão pagar caro’

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O presidente do Partido Liberal de Jair Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, disse nesta segunda-feira, 5, que o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) e o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) “ultrapassaram os limites da lei” e “vão pagar caro”. As declarações foram feitas durante a inauguração do Diretório Municipal da sigla na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, a 440 quilômetros da capital paulista.

O presidente da sigla mencionou os dois lavajatistas pela primeira vez comentando a possibilidade de Bolsonaro se tornar inelegível. “Vai acontecer mais ou menos no futuro o que está acontecendo hoje com o pessoal do Paraná. Eles tinham motivo para atacar o Lula Eles têm que fazer a parte deles. Só que eles ultrapassam os limites da lei. Ultrapassaram. Vão pagar caro”, disse Valdemar. Em seguida, amenizou o tom. “Eu não quero que aconteça isso com eles (Moro e Dallagnol). Não tenho nada contra eles. Mas vão pagar caro.”

O senador e o deputado foram procurados pela reportagem, mas preferiram não se manifestar sobre as declarações.

A entrevista coletiva da qual Valdemar participou, ao lado do senador Marcos Pontes (PL-SP) e do deputado federal Luiz Carlos Motta (PL-SP), se transformou em uma análise de conjuntura política feita pelo cacique, passando do histórico do mensalão aos planos de Bolsonaro para as eleições de 2026. Ele elogiou a atuação de Michelle Bolsonaro, que assumiu a presidência do PL Mulher, e disse que ela e o ex-presidente “querem as grandes cidades” e “vão entrar na campanha para valer”.

Como mostrou o Estadão, Valdemar tem passado por várias cidades e busca reconstruir seu capital político. Ele foi condenado e preso no mensalão, escândalo de corrupção do primeiro governo de Lula. Desde o final de 2021, quando Bolsonaro se filiou ao PL, os dois se associaram e o presidente da sigla voltou a ganhar força. No sábado, 3, ele esteve em uma homenagem que a Câmara Municipal de Mogi das Cruzes (Grande São Paulo) fez a seu pai, Waldemar Costa Filho. O evento, lotado, se transformou em um “beija-mão” em busca do apoio do PL.

Minutos depois, na coletiva, Valdemar voltou a falar dos lavajatistas de Curitiba, salientando que irá privilegiar os interesses da sua sigla em detrimento dos dois. “Eu fico numa posição difícil, porque Dallagnol e Sergio Moro têm o apoio dos bolsonaristas. E você não sabe o pior: o suplente do Dallagnol é do PL. Não cassaram o mandato dele. Cassaram a inscrição.” A sucessão do ex-procurador ainda vai ser decidida pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e está entre o pastor Itamar Paim (PL-PR) e Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR).

A ação de investigação judicial eleitoral que o PL move contra Sérgio Moro também entrou na pauta. Valdemar reiterou que não desistirá do processo. “Eu não tenho nada contra o Moro, mas eu tenho que cumprir minha obrigação como presidente. Porque o segundo colocado no Paraná é do PL, e perdeu a eleição na casca. Era um deputado federal nosso, apoiado pelo Ratinho e pelo Bolsonaro. E querido. Aí o pessoal chega para mim e diz ‘Valdemar, você não vai fazer nada’”

O deputado ao qual ele se referiu é Paulo Martins (PL-PR), que teve 29,12% dos votos para senador no Estado, contra os 33,82% de Moro. Nos bastidores, há o rumor de que Valdemar teria ressentimentos do ex-juiz federal, que foi auxiliar de Rosa Weber nos casos do mensalão. “Aí me trouxeram um monte de coisa, um monte de documento. Porque o Moro tinha começado campanha para presidente antes. E você não pode gastar dinheiro antes da convenção”, justificou o presidente do PL.

Marcos Pontes, senador da República, foi apresentado como o nome de preferência de Valdemar para a prefeitura de São Paulo em 2024. “Ele pode ser um forte candidato.” Os dois estiveram juntos também no evento na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, no final de semana.

No entanto, as últimas movimentações do ex-presidente têm mostrado que seu escolhido é Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da cidade. Os dois se encontraram duas vezes este mês, incluindo um almoço a portas fechadas na última sexta-feira, 3, com o assunto eleições.

Independente do candidato para o qual a sigla irá pender, por ora segue como certa a saída de Ricardo Salles (PL-SP) da corrida. Ele se apresentou como o escolhido de Jair Bolsonaro e depois se viu rifado dentro da própria sigla. Em entrevista ao Estadão nesta segunda, o ex-ministro do meio Ambiente do governo passado disse que o “Centrão venceu e a direita perdeu”.

Leia Também: Delator diz ter sido agente infiltrado de Moro e procuradores do Paraná

06/06/2023 0

CCJ pode sabatinar Zanin na semana que vem, diz Jaques Wagner

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O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta terça-feira que a sabatina de Cristiano Zanin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado poderá ser na próxima semana. Zanin foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal.

“Davi [Alcolumbre, presidente da CCJ] me disse que não demoraria. Eu entendi que pode entrar na pauta semana que vem”, declarou o senador a jornalistas. De acordo com ele, é pouco provável que o advogado, defensor de Lula nos processos da Lava Jato, tenha problemas para ser aprovado pelos senadores.

Zanin tem entrado em contato com alguns senadores, mas intensificará as conversas nos próximos dias. Trata-se de um ritual comum antes de sabatinas. Wagner deverá ser uma espécie de guia do indicado de Lula em suas conversas. Além da CCJ, ele também precisa da aprovação do plenário do Senado para ser nomeado ministro do Supremo.

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